Fidelidade de Deus | O Senhor Fiel
O salmista em proposição análoga ao salmo 14, de modo semelhante, exulta com a grandeza e perenidade da fidelidade de Deus: “A tua benignidade, SENHOR, chega até aos céus, até às nuvens, a tua fidelidade (emunah)” (Sl 36.5).
No hino a Deus expresso no salmo 100, Ele é louvado, considerando três aspectos evidentes em sua relação conosco: Ele é bom, misericordioso e fiel: “Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre,[1] e, de geração em geração, a sua fidelidade (emunah)”[2] (Sl 100.5).
A fidelidade de Deus permeia todas as suas promessas. Deus é fiel em sua própria natureza. Deus se revela fiel como de fato o é em si mesmo e em todas as suas relações ad intra e ad extra: na criação.
Ainda que nenhuma perfeição de Deus expresse a totalidade de seu ser e, nem todas esgotem a sua inesgotável majestade e glória, todas as suas perfeições são expressões corretas do que Ele é eternamente em si mesmo e em todas as suas relações.
A sua fidelidade é eterna e, por isso mesmo, é inesgotável no tempo e no espaço. Portanto, Ele é fiel aqui e agora e para sempre. Não existe uma esfera do universo, ou tempo, ou eternidade, onde a fidelidade de Deus não se faça presente de forma absoluta.
Os propósitos de Deus são eternos (Ef 3.11). O seu decreto é eterno. Deus não está circunscrito ao tempo, à aprendizagem e à “maturação das ideias”. Deus é o senhor da eternidade, do tempo e das circunstâncias. O tempo é onde Deus revela o seu propósito eterno. Na revelação de Deus, temos aos nossos olhos, o encontro do tempo com o eterno, sem que o Deus eterno e fiel, jamais deixe o tempo, onde Ele age e cuida de nós.
A fidelidade de Deus vista na criação
A criação e preservação de todas as coisas, facilmente perceptíveis, estão relacionadas à sua fidelidade: “A tua fidelidade (emunah) estende-se de geração em geração; fundaste a terra, e ela permanece” (Sl 119.90).
Em outro lugar o salmista canta o poder soberano de Deus que cria e sustenta todas as coisas: “Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não vacile em tempo nenhum” (Sl 104.5/Sl 24.2; 93.1).
Em linguagem metafórica, o salmista diz que Deus se “veste”, se cerca por todos os lados de fidelidade à qual é manifestada em sua aliança: “Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, SENHOR, com a tua fidelidade (emunah) ao redor de ti?!” (Sl 89.8/Sl 33.4; 36.6; 40.11; 92.2; 96.13).
Promessa e confiança
A fidelidade de Deus não depende das circunstâncias ou de nossa lealdade. Ela não é condicionada. Deus não é instável ou contraditório. Ele sempre permanece fiel (2Tm 2.13). Podemos confiar na sua Palavra.
Calvino comenta: “Devemos entender que Deus é sempre inamovível em suas promessas, e sejam quais forem as mudanças que porventura ocorram, não obstante Ele continua invariavelmente verdadeiro, tanto diante como atrás, à direita e à esquerda”.[3]
Todas as suas ações estão relacionadas à sua fidelidade. Ele cumpre sempre perfeitamente as suas promessas. Por isso, o que Deus prometeu deve ser alvo de nossa fé, fortalecimento e consolo.
Portanto, as promessas de Deus conforme registradas na Palavra se constituem em estímulo à prática da oração. De modo inverso, se nos afastarmos da Palavra, fatalmente nos afastaremos da oração: “Nada ocorre com mais frequência do que certo afrouxamento na solicitude e atenção à prática da oração, caso ela não seja nutrida pelo reconhecimento das promessas divinas”, constata Calvino.[4]
O escritor de Hebreus estimula seus leitores a se aproximarem de Deus pelo caminho aberto pelo Senhor Jesus. Assim, com sincero coração, confiantes em Deus, devemos avançar firmados na fidelidade do Senhor: “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hb 10.23).
A fidelidade de Deus é uma expressão da sua verdade. Deus é verdadeiro em tudo que faz. Ele cumprirá sempre o que prometeu. A nossa alma pode descansar em suas promessas.
Promessa e percepção cronológica
Em geral não duvidamos da fidelidade de Deus e de sua Palavra. O problema se configura quando estamos ansiosos demais pelo cumprimento daquilo que julgamos ser algo “merecido” ou resultado de uma promessa de Deus. Nessas situações, quando o que esperamos não se concretiza como esperávamos, tendemos a titubearmos em nossa fé.
A marcação do tempo é algo extremamente conservador,[5] porém, a percepção dele é bastante fugidia e subjetiva.[6] O tempo tem o seu caráter objetivo e a sua percepção subjetiva.
Apreciamos disfarçar o tempo objetivo, que implacavelmente deixam suas marcas, com os nossos truques cosméticos ou mais radicalmente com algumas cirurgias que, quando erradas, podem determinar o fim de nosso tempo nessa vida.
A experiência angustiante do salmista revela a sua luta envolvendo o tempo de sofrimento e de expectativa da resposta de Deus:
Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? 2 Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo? 3 Atenta para mim, responde-me, SENHOR, Deus meu! Ilumina-me os olhos, para que eu não durma o sono da morte. (Sl 13.1-3).[7]
O salmista faz quatro perguntas que revelam angústia e o senso de urgência devido à persistência de sua dor. De forma natural vemos também o senso de finitude.
Davi não havia se esquecido das promessas de Deus, mas, como é possível que aconteça com todos nós, quando nos sentimos aflitos por um “longo” período sem aparentemente sermos auxiliados, surgir esse pensamento: Deus me abandonou, se esqueceu de mim![8]
O “até quando” faz sempre uma projeção distante. Esta é uma pergunta de um coração em intensa agonia. A oração é, por vezes, a confissão de nosso senso de incapacidade diante dos problemas com os quais nos deparamos.
Quando a ansiedade, a angústia e a dor nos dominam, o tempo sempre nos parecerá longo, considerando também a brevidade da vida. Uma noite de insônia é muito longa. Uma noite bem dormida nos parece muito breve.
Por outro lado, quando estamos perfeitamente acomodados e felizes, o tempo sempre nos parecerá breve.
Carta de Calvino aos prisioneiros de Lyon
Em 7 de julho de 1553, Calvino escreve mais uma carta aos “prisioneiros de Lyon” que aguardavam a sua condenação por terem aderido à Reforma Protestante. Esta ele dirige em especial a dois deles: Denis Peloquin de Blois e Louis de Marsac. A certa altura, diz:
Meus irmãos (…), estejam certos de que Deus, que se manifesta em tempos de necessidade e aperfeiçoa sua força em nossa fraqueza, não vos deixará desprovidos daquilo que poderosamente glorificará o seu nome. (…) E como você sabe, temos resistido firmemente as abominações do Papado, a menos que nós renunciássemos o Filho de Deus, que nos comprou para Si mesmo pelo precioso preço. Medite, igualmente, naquela glória celestial e imortalidade para as quais nós somos chamados, e é certo de alcançar pela Cruz –– por infâmia e morte. De fato, para a razão humana é estranho que os filhos de Deus sejam tão intensamente afligidos, enquanto os ímpios divertem-se em prazeres; porém, ainda mais, que os escravos de Satanás esmaguem-nos sob seus pés, como diríamos, e triunfem sobre nós. Contudo, temos meios de confortar-nos em todas as nossas misérias, buscando aquela solução feliz que está prometida para nós, que Ele não apenas nos libertará mediante seus anjos, mas pessoalmente enxugará as lágrimas de nossos olhos.[9] E, assim, temos todo o direito de desprezar o orgulho desses pobres homens cegos, que para a própria ruína levantam seu ódio contra o céu; e, apesar de não estar neste momento em suas condições, nem por isso deixamos de lutar junto com vocês em oração, com ansiedade e suave compaixão, como companheiros, percebendo que agradou a nosso Pai celeste, em sua bondade infinita, unir-nos em um só corpo sob seu Filho, nossa cabeça. Pelo que eu lhe suplicarei que possa garantir a vocês essa graça; que Ele os conserve sob sua proteção e lhes dê tal segurança disso que possam estar aptos a desprezar tudo o que é deste mundo. Meus irmãos os saúdam mui afetuosamente, e assim também muitos outros. –– seu irmão, João Calvino.[10]
Leith (1919-2002) comenta:
O cântico dos salmos contribuiu para moldar o caráter e a piedade reformada e sua influência dificilmente poderia ser superestimada. Os salmos eram as orações do povo na liturgia de Calvino. Por meio deles, os adoradores respondiam à Palavra de Deus e afirmavam sua confiança, gratidão e lealdade a Deus.[11]
O cântico de salmos tornou-se essencial para a piedade calvinista. Os protestantes franceses, ao serem levados para a prisão ou para a fogueira, cantavam salmos com tanta veemência que foi proibido por lei cantar salmos e aqueles que persistiam tinham sua língua cortada. O salmo 68 era a Marselhesa huguenote.[12]
É nessas situações que a nossa fé é testada em termos de confiança na fidelidade de Deus. Deus permanece fiel.
No entanto, não podemos mensurar os seus atos pela nossa forma de cronometrar o tempo com as variáveis das circunstâncias.
“Não há nada que seja tão completamente tolo como julgar a Deus em termos de nossas medidas de tempo e de nossos calendários”, adverte-nos Lloyd-Jones (1899-1981).[13] E, como temos visto, os nossos sistemas de mediação são bastante instáveis e passionais.
Lembremo-nos de que a fidelidade de Deus está muito acima disso: “A tua benignidade, SENHOR, chega até aos céus, até às nuvens, a tua fidelidade (emunah)” (Sl 36.5). “A tua fidelidade (emunah) estende-se de geração em geração” (Sl 119.90).
Encarnação e salvação
Na encarnação do Verbo, o ato mais fascinante e surpreendente da história que culminaria em sua ressurreição, é o cumprimento da promessa de Deus.
Poderia parecer demorada a ação de Deus, no entanto, Deus sempre esteve agindo na história a conduzindo ao fiel cumprimento de sua Palavra:
4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. 6E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! 7De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus. (Gl 4.4-7).
Lloyd-Jones comenta:
Na encarnação de Seu Filho, Deus deu a prova final de que todas as Suas promessas são seguras, que Ele cumprirá fielmente tudo o que alguma vez disse, de modo que a promessa é certa e segura quanto a você. Seja qual for o seu estado ou a sua condição, seja o que for que você tenha que enfrentar, Ele disse: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5) – e é certo que não o fará.[14]
Deus continua dirigindo a história
Tempos e épocas tantas vezes misteriosos a nós, estão nas mãos de Deus e cada época cumprirá o que foi predeterminado pelo Senhor.[15]
O historiador Dawson (1889-1970) interpreta corretamente a visão cristã da história a qual deve fazer parte não apenas de nossos manuais, mas, deve ser o nosso roteiro de fé e vida:
A visão cristã da história não se reduz, meramente, a uma crença no direcionamento da história pela divina providência, mas se apresenta como a crença na direta intervenção de Deus na vida da humanidade através de sua ação concreta e pessoal em momentos e lugares definidos.[16]
Retornando ao nosso ponto, reafirmamos a fidelidade do proceder, das obras de Deus: “Porque a palavra do SENHOR é reta, e todo o seu proceder é fiel (emunah)” (Sl 33.4).
A fidelidade de Deus se manifesta em nossa preservação, livrando-nos do mal, como também, em nossa disciplina para o nosso aperfeiçoamento (Hb 12.4-10).
A sua disciplina é justa: “Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e que com fidelidade (emunah) me afligiste” (Sl 119.75).
A fidelidade de Deus e as nossas orações
A sua fidelidade deve ser um fator que oriente as nossas orações. É firmado na associação perfeita da fidelidade de Deus e em sua justiça, que Davi em desespero ora ao Senhor: “Atende, SENHOR, a minha oração, dá ouvidos às minhas súplicas. Responde-me, segundo a tua fidelidade (emunah), segundo a tua justiça (tsedaqah)” (Sl 143.1).
Aqui temos um princípio que seria desenvolvido no Novo Testamento. Todos somos pecadores. Aproximamo-nos de Deus, pela fé, declarados justos pela perfeita justiça de Cristo (Rm 3.20-26; 4.4-5; 5.18-19; Gl 2.16).
Misericórdia ao amanhecer e fidelidade à noite
Ao amanhecer podemos contar com a misericórdia de Deus como expressão da sua aliança. À noite, no final de nossos labores, podemos proclamar a sua fidelidade que nos preservou em mais um dia: “Bom é render graças ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, 2anunciar de manhã a tua misericórdia (hesed) e, durante as noites, a tua fidelidade (emunah)” (Sl 92.1-2).
A fidelidade de Deus deve ser proclamada
Nos momentos de maior aflição e incompreensão dos fatos que nos cercam, devemos aprender a não murmurar e a esperar no Senhor (Sl 40.1). E, em momento oportuno, devemos também cantar louvores a Deus anunciando publicamente a sua fidelidade que permanece para sempre: “Não ocultei no coração a tua justiça; proclamei a tua fidelidade (emunah) e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade” (Sl 40.10).
No salmo 89, o salmista louva a Deus tendo em vista a fidelidade perpétua de Deus em sua aliança feita com Davi e que se perpetua em sua posteridade:
Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó SENHOR;
os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade (emunah). (Sl 89.1).
Celebram os céus as tuas maravilhas, ó SENHOR,
e, na assembleia dos santos, a tua fidelidade (emunah). (Sl 89.5).
Fidelidade e juízo
Como Deus é o senhor de toda a terra, todos são conclamados a celebrar a sua glória. A fidelidade do Senhor assumirá também um sentido escatológico: Ao final quando Ele julgar todas as coisas, a sua fidelidade se manifestará de forma plena. Esta é a certeza do salmista: “Na presença do SENHOR, porque vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, consoante a sua fidelidade (emunah)” (Sl 96.13).
Aplicação
Por vezes nos sentimos traídos por nós mesmos: nossa memória falha, nossas pernas bambeiam, nossos braços fraquejam; achávamos mais fortes do que somos, mais resistentes e mais capazes de resistir a dor e ao sofrimento. Creio que todos nós já passamos por alguma sensação assim. Quando nos referimos ao outro, a experiência se amplia e multiplica; não há fidelidade absoluta. Não necessariamente por causa do pecado – embora este seja o motivo principal -, mas, também, devido às limitações humanas que também são comuns aos outros.
Somente em Deus há fidelidade absoluta. Nele há uma harmonia perfeita entre soberania, bondade e justiça. Por isso, podemos sempre renovar a nossa confiança nas suas promessas; elas não falham porque Deus nunca falha.
Barth (1886-1968) instrui-nos:
Não existe fidelidade a não ser em Deus. A fé é a confiança que nos permite que nos mantenhamos nele, nas suas promessas e nos seus mandamentos. Manter-se em Deus é abandonar-se a essa certeza e vivê-la: Deus está aqui para mim. Tal é a promessa que Deus nos faz: eu estou aqui, para ti.[17]
Esse Deus é o nosso Pastor. O Deus fiel que cumpre as suas promessas no tempo e no espaço por Ele determinado. Estejamos certos: Nada nos faltará!
Portanto, exulta Lloyd-Jones,[18] “Crer em Deus significa confiar de maneira absoluta no que Ele disse acerca de Si mesmo e no que Ele disse acerca do que Ele fará. Significa se lançar nisso por completo”, e, certamente, todos aqueles que conhecem o Senhor dizem amém.
Clique AQUI para ver os demais artigos da série!
Clique AQUI para conhecer os excelentes livros de Hermisten Maia pela Editora Fiel.
[1] Vejam-se: Sl 106.1; 107.1; 118.1,29.
[2] A palavra pode ser traduzida por “verdade”. “Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade (emunah)” (Sl 37.3).
[3]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, v. 3, (Sl 89.7), p. 391.
[4]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 25.12), p. 553.
[5] “Nada é mais conservador e tenaz do que a medida do tempo” (Philippe Ariès, A História das Mentalidades: In: Jacques Le Goff, ed. A História Nova, 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (2ª tiragem), p. 165).
[6] “… Pois nada parece mais rápido do que tudo aquilo que já passou. Quando vier o diz do juízo, então os pecadores perceberão não ser longa a vida que passa”[6] (Sto. Agostinho, Comentário aos Salmos, São Paulo: Paulinas, 1997, (Patrística, 9/1), v. 1, (Sl 13), p. 70).
[7] Para uma abordagem mais ampla a respeito desse salmo, veja-se: Hermisten M.P. Costa, O Homem no teatro de Deus: providência, tempo, história e circunstância, Eusébio, CE.: Peregrino, 2019, p. 448-464.
[8]Cf. J. Calvino, O Livro de Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 13.1), p. 262.
[9] Comentando o salmo 56.8, Calvino assim se expressou: “Se Deus concede tal honra às lágrimas de seus santos (lembrar-se delas), então pode ele contabilizar cada gota do sangue que eles derramaram. Os tiranos podem queimar sua carne e seus ossos, mas seu sangue continua a clamar em altos brados por vingança; e as eras intervenientes jamais poderão apagar o que foi escrito no registro divino das memórias” (João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2, (Sl 56.8), p. 501).
[10]John Calvin, To the Prisoners of Lyons, “Letters,” John Calvin Collection, (CD-ROM), (Albany, OR: Ages Software, 1998), nº 320.
[11]John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, São Paulo: Pendão Real, 1997, p. 301. Ver alguns exemplos significativos em: Charles W. Baird, A Liturgia Reformada: Ensaio histórico, Santa Bárbara D’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 67ss.
[12]John H. Leith, A Tradição Reformada: Uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 299. Do mesmo modo: Carl Lindberg, As Reformas na Europa, São Leopoldo, RS.: Sinodal, 2001, p. 339. Ver: Emily R. Brink, The Genevan Psalter: In: Emily B. Brink; Bert Polman, eds. Psalter Hymnal Handbook, Grand Rapids, Michigan: CRC Publications, 1998, p. 34. Foi o próprio Calvino quem adaptou a melodia de um dos corais de Greiter ao Salmo 68. (Cf. Henriqueta R.F. Braga, Contribuição da Reforma ao Desenvolvimento Musical: In: Bill H. Ichter, org. A Música Sacra e Sua História, Rio de Janeiro: JUERP., 1976, p. 77). Matthäus Greiter (c.1495-1550), de grande talento mas, de ética ambígua, foi quem compôs a música, sendo publicado pela primeira vez no Saltério de Estrasburgo em 1539 e foi então incluido na primeira edição do Saltério de Genebra (1542). O Salmo 68 também se tornou conhecido entre os huguenotes como “Cântico das batalhas”, sendo cantado por eles em muitos de seus conflitos “sangrentos e desesperados” (Cf. John Ker, Psalms in History and Biography, Edinburgh: Andrew Elliot, 1886, p. 95). O hino de Lutero baseado no Salmo 46 foi chamado por H. Heine (1797-1856) de “Marselhesa da Reforma” (Cf. W.J.R.T., Hymnology: In: Rev. John McClintock; James Strong, eds. Cyclopedia of Biblical, Theological and Ecclesiastical Literature, [CD-ROM], (Rio, WI., Ages Software, 2000), v. 4, p. 130). Para um estudo mais detalhado e documentado dessa prática, vejam-se: https://www.hermisten.com.br/a-pessoa-e-obra-do-espirito-santo-147/ e https://www.hermisten.com.br/a-pessoa-e-obra-do-espirito-santo-148/ (Consultados em 04.10.2023).
[13]D.M. Lloyd-Jones, Sermões Natalinos: Exposição do Magnificat, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2009, p. 71.
[14]D.M. Lloyd-Jones, Sermões Natalinos: Exposição do Magnificat, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2009, p. 78-79. “Graças a Deus, a encarnação é a prova final da fidelidade de Deus, a garantia de que cada uma das Suas promessas será cumprida completamente” (D.M. Lloyd-Jones, Sermões Natalinos: Exposição do Magnificat, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2009, p. 82).
[15]Veja-se: João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (Tt 1.3), p. 303.
[16]Christopher Dawson, Dinâmicas da História no Mundo, São Paulo: É Realizações Editora, 2010, p. 343-344.
[17]Karl Barth, Esboço de uma Dogmática, São Paulo: Fonte Editorial, 2006, p. 21.
[18]D.M. Lloyd-Jones, Não se perturbe o coração de vocês, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2016, p. 49.
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!