A incapacidade da religiosidade humana para redenção e comunhão com Deus

A incapacidade da religiosidade humana para redenção e comunhão com Deus

“Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam? Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão. Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos”. Marcos 2.18-22 ARA

Em todo lugar; em toda cultura existe um senso religioso entre a humanidade que inspira a praticar certas condutas em busca de uma comunhão com o divino, com o espiritual. Há no fundo da alma humana um sentimento de redenção, de salvação. Nas civilizações mais antigas da história humana presenciamos esse sentimento. Cravado e guardado na consciência humana por toda a história, comprovando isso. A Bíblia diz: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se”

. (Rm.2.14,15 ARA)

Quem inventou a religião? Talvez você me diga que foi Deu

s ou os profetas ou gurus. Não foi. Quando Adão e Eva pecaram eles buscaram se cobrir com folhas de figueira e fizeram cintas para si (cf. Gn.3.7). Depois buscaram se esconder entre árvores do jardim do Éden (cf. Gn.3.8). Aqui nasce a religiosidade: uma busca de alternativas para remediar os pecados (erros) e o distanciamento de Deus. Porém, Deus não aceitou o método humano providenciado por Adão e Eva, o criador sacrificou um animal, e com a pele os cobriu (cf. Gn.3.21). A religiosidade é uma tentativa de reparar os pecados (erros) por métodos humanos. Enquanto que Deus já providenciou o seu filho Jesus Cristo que, por seu sangue, somos perdoados. Tipificado neste animal do Éden e em todos os animais que foram oferecidos como expiação pelo pecado do povo. Como diz a Palavra de Deus: “Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus”. (Hb.10.11,12 ARA). No capítulo anterior nos diz: “não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção”. (idem 9.12 ARA). Veja ainda: Jo.1.29; Hb.9.26; Rm.5.9 e Ef.1.7.

No trecho bíblico inicial, temos uma repetição humana do Éden. Uma expressão de religiosidade, todavia, como sempre, incapaz de salvação, redenção, ou aproximação de Deus. Se não vejamos:
1) A religião põe encanto no homem e não em Deus. Veja o verso 18:
“Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Vieram alguns e lhe perguntaram: Por que motivo jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?”Tanto os fariseus quanto os discípulos de João Batista estavam jejuando. Porém, os discípulos de João Batista viram Jesus no Jordão sendo batizado, mas não o seguiram. Preferiram seguir João Batista, mesmo tendo ouvido tudo do próprio João acerca de Cristo (cf. Jo.3.26-36). Temos também os fariseus, que além de fazerem o jejum anual da expiação pelo pecado, jejuavam para chegada do Messias, embora ele tivesse diante deles não perceberam. Se acomodaram com o sistema de ritos e cerimônias que tipificavam o que haveria de vir (cf. Cl.2.17), mas não se deram conta disto (cf. Rm.10.4). O fato é que se colocarmos nossa confiança em métodos ou ritos para salvação e comunhão com Deus, teremos uma religiosidade. Que não passará de folhas de figueira como Adão e Eva usaram para cobrir suas vergonhas.As religiões no mundo praticam o jejum. Não é uma disciplina exclusivamente cristã. Zoroastro praticava jejum; Confúcio e os iogues da Índia e os judeus também. Platão e Aristóteles jejuaram. Até Hipócrates, pai da medicina moderna jejuava. Porém, como disse o profeta Isaías (cf. Is.58.3-8), jejum sem conversão, sem altruísmo, sem arrependimento dos pecados (erros), não agrada a Deus.Deus não se encanta com religiosidade. Deus quer conversão, arrependimento, que o amemos, que amemos ao próximo. Como disse Jesus ao falar sobre os mais importantes mandamentos de toda lei: “… Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. (Mt.22.37-40 ARA).2) A religiosidade não tem Jesus como o centro. Veja o verso 19,20:
“Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão”.Observe que Jesus responde de forma figurada que a humanidade deve se focar nele, seguir ele, esperar por ele. Pois os convidados do noivo, enquanto estivessem em sua festa, que duravam uma semana, estavam isentos das obrigações religiosas. Os convidados do noivo, enquanto estivessem com ele deviam comer e se alegrar com ele. Assim, toda a nossa fé e culto deve ser centralizada em Jesus, estar com ele, seguir a ele. E isso transcende a ritos religiosos. A forma figurada de Jesus falar aqui não desqualifica o jejum. O foco era revelar que os seus discípulos estavam com ele e criam nele, diferente dos demais que jejuavam. Para estes, Jesus não era o centro da atenções, mas o ritos e as tradições.3) A religiosidade não atende a exigência divina para redenção. Veja o verso 21,22:
“Ninguém costura remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo novo tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos”.Com estas outras duas formas figuradas de falar Jesus confronta a prática exterior da religiosidade (no caso o jejum). Que sem a ajuda de Deus em nos regenerar não poderemos guardar e nem obedecer os seus mandamentos. Ele diz “romperá o odres”, “o remendo novo tira parte da veste velha”. Onde a veste velha é a natureza pecaminosa (errante) do homem, bem como o odres velho. O remendo novo representa a prática da lei e da vontade de Deus para as nossas vidas. A natureza pecaminosa do homem, entretanto, não quer seguir e nem obedecer a Deus. Ela se rompe com Deus. Revelando assim que a religiosidade é uma costura inútil de remendo novo em veste velha.Fica subentendido que a veste nova é a criação de Deus no homem arrependido, que mudou de uma mentalidade de fazer a própria vontade para fazer a vontade de Deus. Isso é ser uma nova criatura. A Bíblia diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co.5.17 ARA). E ainda: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados”. (At.3.19 ARA).O vinho novo é a glória e a justiça divina, que precisa de um odres novo (nova criatura, novo homem) para poder se aproximar de Deus. Pois o vinho novo quando começa a fermentar dentro de um odres velho, ele se esticará até romper-se, isso dava prejuízo aos donos das vinhas. Então, os vinhateiros sempre que colocavam vinho novo tinham que trocar o odres. Assim é o homem, se não houver arrependimento, conversão, regeneração, não poderá subsistir a glória e a justiça divina, será destruído. A religiosidade não atende a demanda divina para redenção.Enfim, a religiosidade é que nem remendo novo em veste velha. Ela não restaura o pecador, não o redime. Ela não muda o estado do pecador perante o Deus santo. É apenas remendo. A religiosidade não coloca o odres novo (o novo homem, uma nova criatura, conversão, arrependimento, regeneração) isso é uma obra divina. Disse Jesus: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito”. (Jo.3.6 ARA). Paulo escreveu: “… e isto não vem de vós; é dom de Deus”. (Ef.2.8 ARA). E Jesus reitera: “… Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer do alto não pode ver o Reino de Deus”. (Jo.3.3 BJ).CONCLUSÃOCaro amigo, Jesus Cristo é a solução para a tua vida. O que você tenta fazer por meio da religiosidade não vai lhe trazer uma comunhão com Deus. Você precisa experimentar daquilo que Jesus pode te dar ao crer nele: “… eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. (Jo.10.10 ARA). Que é ser uma nova criatura, passar pelo arrependimento e conversão. Assim você verá e entenderá o reino de Deus. Poderá então ser redimido e provará de uma comunhão com Deus.

Legendas:
ARA – Bíblia Almeida Revista e Atualizada
BJ – Bíblia de Jerusalém
Odres: recipiente de couro onde era posto o vinho
Vinhateiros: viticultor, agricultor que cultiva vinhas
Conversão: voltar-se para Deus
Arrependimento: mudar a mente para melhor, emendar o coração e com pesar os pecados passados.
Regeneração: metáfora de ter passado por uma transformação de mente, que leva a uma nova vida que procura conformar-se a vontade de Deus.
Nova criatura, o novo homem: alguém que foi regenerado.

Fontes utilizadas:
Léxico grego de Strongs
Comentário Bíblico de William Barclay
Dicionário Online Aulete
Dicionário Miniaurélio Eletrônico versão 5.12
Bíblia Almeida Revista e Atualizada
Bíblia de Jerusalém

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