Como as pessoas naufragam sua fé?

Como as pessoas naufragam sua fé?

Começamos com uma pergunta humilhante sobre o naufrágio da fé. Como é naufragar a fé? Quais são alguns exemplos pessoais de falha na fé? Por que isso acontece? Como as pessoas naufragam a sua fé?

Segue a pergunta de nosso ouvinte: “O apóstolo Paulo fala sobre “alguns” que “naufragaram na fé” (1 Timóteo 1.19). No versículo seguinte, Paulo destaca Himeneu e Alexandre, ambos os quais parecem ter sido cristãos professos em algum momento anterior. De acordo com 1 Timóteo 1.20, o que eles fizeram? E como é que as pessoas naufragam a sua fé hoje?”

 

Jesus, Paulo, Pedro e o escritor aos Hebreus — todos eles — descrevem pessoas que tiveram um começo aparentemente bom na vida cristã e depois rejeitaram aquilo em que antes afirmavam acreditar. Às vezes, esta primeira condição, este primeiro estado, é chamado de “fé” e depois é demonstrado que é uma fé irreal. A fé sem obras é morta. Você poderia chamar isso de “fé morta”, diria Tiago (Tiago 2.17). Às vezes, isso é chamado de “conhecer o caminho da justiça” e depois abandoná-lo (2 Pedro 2.21). Mas, no final das contas, o Novo Testamento ensina que é possível começar a vida cristã, talvez um começo muito longo, e depois jogá-la fora e se perder.

“É possível começar a vida cristã, talvez um começo muito longo, e depois jogá-la fora e se perder.”

Não que Deus alguma vez perca algum de seus filhos ou algum de seus eleitos. Ele os guarda, de acordo com 1 Coríntios 1.9, 1 Tessalonicenses 5.24, Filipenses 1.6 e Romanos 8.30. Na verdade, aqui está o que Romanos 8.30 diz: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”. Nenhum daqueles que Deus predestina, chama e justifica jamais será perdido. Aqueles que ele chama, ele mantém. É isso que esses versículos ensinam.

Cinco maneiras de naufragar a fé

Mas Jesus disse na parábola do semeador que a terceira semente lançada, representa aqueles que iniciam o discipulado e depois caem. Lucas 8.14 diz: “A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. ” (Lucas 8.14). Observe qual foi a queda deles. Eles pareciam ter começado bem, mas os cuidados, as riquezas e os prazeres da vida são a sua ruína. Quero que você tome nota disso porque voltarei a isso quando terminar de examinar todos esses cinco casos.

Então esse é Jesus. E Paulo? De acordo com Filemom 1.24, Demas era colaborador de Paulo, junto com Lucas. Portanto, Demas deve ter parecido o suficiente com um verdadeiro cristão para realmente passar no teste de Paulo. Agora, seus padrões são realmente elevados. Lembra de João Marcos? Ele nem deixou João Marcos ir com ele pela segunda vez, mas tem Demas como parceiro. E mais tarde, em 2 Timóteo 4.10, Paulo escreve: “Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica;”. Observe novamente o motivo do fracasso, do naufrágio: o amor por esta época, por este mundo.

Terceiro, o texto sobre o qual a pergunta está falando, é 1 Timóteo 1.19. Então aqui está 1 Timóteo 1.18-20: “Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem.” E observe novamente, qual é a causa do naufrágio deles? Rejeitando uma boa consciência.

Quarto, e quanto a Pedro? O que Pedro diz? Aqui está 2 Pedro 2.20: “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro.” Qual é o problema? Por que eles naufragaram? Eles foram enredados novamente na contaminação do mundo.

E finalmente, número cinco, aqui está Hebreus 3.12–14: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos.” Qual é o perigo? Engano do pecado.

A preferência do coração pelo pecado

Então, acho que o que Paulo quer dizer com naufrágio da fé é esse tipo de abandono da fé professada. Uma pessoa inicia a vida cristã – talvez ela mesma e aqueles que a rodeiam pensem que é um verdadeiro começo – e depois abandona tudo. O navio da fé se estilhaça nas rochas.

“A maioria dos naufrágios da fé não são de raiz intelectual.”

E o que é realmente surpreendente em todas estas cinco descrições de naufrágios é que as rochas sobre as quais a fé se despedaça não são problemas intelectuais do cristianismo. Eles não são problemas com a razão. Não são problemas de historicidade. Em todos os casos, é um problema com a preferência do coração pelo pecado.

  1. O naufrágio da terceira semente na parábola de Jesus se deve às riquezas e aos prazeres da vida (Lucas 8.14).
  2. O naufrágio de Demas se deve ao amor pela presente era (2 Timóteo 4.10).
  3. O naufrágio de Himeneu e Alexandre se deve à rejeição de uma boa consciência (1 Timóteo 1.18–20).
  4. O naufrágio daqueles que escapam das impurezas em 2 Pedro é que eles ficam enredados nas impurezas do mundo (2 Pedro 2.20).
  5. A advertência contra o naufrágio em Hebreus 3 é uma advertência contra o engano do pecado (Hebreus 3.12–14).

Disto concluo que, embora possa haver lutas intelectuais reais – digamos, com a veracidade histórica da Bíblia ou com a justiça dos caminhos de Deus – ainda assim, a maioria dos naufrágios da fé não são na raiz intelectuais, mas sim, porque quero o que eu quero, e o cristianismo está no caminho. Então, vamos orar por aqueles que se afastaram, não apenas para que vejam o caminho da verdade como verdadeiro, mas para que se deleitem no caminho da santidade.

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